
Durante o período gestacional, a disglicemia (anormalidade nos níveis de glicose no sangue) é uma das alterações mais comuns. Os dados estatísticos apontam que cerca de 16% dos nascidos vivos sejam filhos de mulheres que apresentaram disfunção no nível glicêmico durante a gestação. Sendo que, 8% correspondem ao número de gestantes que já possuíam diagnóstico de diabetes antes da gravidez.
A Organização Mundial de Saúde determina duas categorias para classificar a diabetes, sendo essas: diabetes mellitus diagnosticado na gestação (do inglês: over diabetes) ou diabetes mellitus gestacional (DMG). O pré-natal se classifica então, como um período fundamental para o rastreamento e diagnóstico de diabetes, em especial, na primeira consulta, pode-se implementar medidas para rastrear a doença, com o objetivo de reduzir os riscos de anomalias congênitas, assim como, fornecer informações necessárias à gestante sobre o rastreamento, diagnósticos e prevenção de complicações ligadas ao Diabetes Mellitus.
Para que possa definir o DM na gestação é feito uma análise da presença de níveis glicêmicos que atingem os critérios de DM fora da gestação, quando a mulher não apresenta diagnóstico prévio da doença.
Tratando-se ainda a respeito do DM na gestação, encontra-se prevalentemente o Diabetes Mellitus Gestacional, esse a qual recebe a definição de uma intolerância aos carboidratos variáveis, tendo o seu início durante a gestação e que não preenchem os requisitos de DM fora da gestação, afetando de 3 a 25% das gestações, dependendo do grupo étnico avaliado e dos critérios usados para o diagnóstico. É válido pontuar que, o DMG vem apresentando crescimento na população feminina especialmente em decorrência da obesidade.
Entre os fatores de risco estão:
- Idade materna avançada;
- Sobrepeso e obesidade;
- Histórico familiar positivo para diabetes em parentes de 1º grau;
- Presença de condições ligadas à resistência à insulina;
- Ganho excessivo de peso na gravidez atual;
- Crescimento fetal excessivo;
- Excesso de líquido amniótico (polidrâmnio);
- Hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual;
- Histórico de abortamentos de repetição;
- Malformações;
- Morte fetal ou neonatal;
- Peso do recém-nascido ao nascer >4.000g;
- Diabetes Mellitus Gestacional prévio;
- Hemoglobina glicada > 5,7% no 1º trimestre.
- Níveis séricos vitamina D abaixo do ideal;
- Idade menarca <11 anos;
- Distúrbios do sono.
Conclui-se então que, conhecer os fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus Gestacional, permite a gestante, ao responsável pelo pré-natal e a integração da família e comunidade no cuidado e prevenção aos agravos relacionados ao DMG, a elaborar um plano de cuidado individualizado, visando o rastreamento precoce e diagnóstico correto e ações efetivas para o controle do nível glicêmico de acordo com as categorias descritas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a finalidade de prevenir complicações durante o período perinatal e futuro.
REFERÊNCIAS:
- Zajdenverg L, Façanha C, Dualib P, Golbert A, Moisés E, Calderon I, Mattar R, Francisco R, Negrato C, Bertoluci M. Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 29327/557753.2022-11, ISBN: 978-65-5941-622-6.
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